quarta-feira, 20 de outubro de 2010

de repente um respiro. um novo rondando a vida. um sono que se deixa levar. desejo enorme de caminhar até o topo de uma montanha qualquer. aquela que não chega. aquela de costas infinitas. aquela que não enxergo. aquela que guardo pra o momento certo. inacreditavelmente, tem dias que nada se tem a dizer. e diz-se tudo. tem dias que a palavra não tece, mas o afeto permanece embutido no embolar que vaza da boca. tem dias de saudade de algo que não se conhece, que se oculta, de propósito. a propósito, tem dias em que finda a odisséia e vê-se tudo de fora. de lugar nenhum. de lugar outro. da borda do tecido. há dias tomo as gotas do esquecimento. agora esqueço inclusive de tomá-las. há dias espero o respiro. e me pego agora preenchida dele. um preenchimento que inevitavelmente provoca um vazio. simples. a plenitude assusta.