domingo, 13 de novembro de 2011


Vinha de dentro aquela Coisa essa sem nome Que engasga de vento a garganta E o plexo de uma vez Que vem de vôo Atravessa o laranja Se instala em meu sexo E vaza em soluço expiro O rastro da coisa que existe Agora em lembrança que sauda O não vivido Como parte em mim Acarinhada De acordar em verso e sol Tão rápido e rasteiro Confundido cacuetado impresso Antes do além que não esteve Não por nunca estar Mas por estar em árvore Estrangeira.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

maturar é impreciso ou por um afogamento ao vivo e a cores

acordar.
ver escorrer a água.
deslizar.
erguer vôo para o nada.
tirar o pó.
saltar.
falir.
e dali, no meio dos cacos, entender no mosaico a possibilidade da reinvenção.

estranha epifania
exageros
emocionais
e outros extremos
essencialmente
equivocados.
(s)em mais.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

rato falho

do tapete
brotam os atos
falhos de rabos enormes
a medida da mordida meu corpo é incapaz de conhecer
o olho falsea a imagem
a boca abre e tranca um canto calado
noutro dia começam a sair de novo
pequeninos.
partículas rachadas, aceleradas
avançam.
insólitos, frios, inapreensíveis
não se sabe de onde vêm
a não ser pela vaga lembrança
do colo de nanar colchão
do ouvir o vento e a escuridão da noite
do fôlego que falta enquanto as pernas agarram o corpo
outro.
abofadas.
abafadas-afobadas
descuidadas, por demasia de cuidado
com o r desconhecido
este que vem antes do ato
que falta, que falha
fala sempre.
a palavra não dita
que se escondeu debaixo do carro
foi pega de assalto
e saiu pra conhecer o r
o que nunca se soube, que não quer saber, que sabe em demasia
transparente como o cuidado que falha
o r que sobra
o ato que falta.