quarta-feira, 17 de junho de 2009

ao tempo, se ainda houver tempo

...ã?...não, estou aqui, sozinha...olhando a bananeira...ela cresceu, nem a reconheço mais...talvez tenha diminuído...parece que perdeu uma folha...na verdade, é melhor cortar no talo a bananeira ao lado, aquela que já deu cacho...pra deixar a água pra bananeira nova...pra que ela dê cacho também...não...encontrei muitas pessoas correndo na lagoa pela manhã, quando fui olhar as capivaras...o sol cobria a lagoa...prateada...vôo rasante...ali, eu pude andar devagar, respirar. pude até cantar...sim...agora estou aqui...reticente...pensando em bananas, na marguerite duras, na sophie calle e nas paredes brancas do banheiro feminino. me perdi nelas hoje. daria uma cena. daria pra falar de nós. elas, tão brancas, tão intocadas. mas de um azulejo gelado. tive arrepios quando encostei ali. não. você é quente. eu?...ã?...é...quando as bananas curvarem para cima, como quem se acomoda para ver o céu, há que se cortar o coração do cacho...pra que ele também não beba a água da bananeira...sim, tenho certeza...acho que sim...talvez...mas, por precaução...você acha?...como pode concordar com isso?...não, não acredito...você não pode concordar! não comigo.

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