quinta-feira, 11 de novembro de 2010

ano novo

bêbada de mim, passei noites à luz das tochas destecendo a trama que, exaustiva e descuidadamente, tecia durante os dias. passei dias sobrevoando um nada, acontecido naquele dia em que entrei na piscina e pedi pra ser afogada. naquele dia, que já não me lembro qual, entrou água em meu ouvido e deixei de te ouvir. deixei de ouvir. e ouvi demais. descobri que correr é saudável. aprendi a fixar um ponto lá na frente pra não tontear. avistei e perdi o trajeto. quando vejo, e quando vejo, estou com os dois pés fincados naquele lugar, que também não sei mais qual é. por outro lado, lanço vôos no futuro e (parece que) vejo, quase que translúcido, um fut... fut. foot. feet. dois. fincados. um com uma marca que não é minha. o outro marcado a fogo no dia que não sei qual. "gastaram-se os meses e os dias cumpriram o seu termo". nós cumprimos os dias e o nosso papel. viva o viver que é etcétera! um brinde às viradas de mesa, aos bilhetes que ainda deixo pra mim mesma na geladeira e aos cães, estes animais fiéis, "jóias caras e acinzeladas" que sentem o cheiro e guardam as histórias.

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