terça-feira, 23 de novembro de 2010

a agenda começou a reluzir, mas jamais se fazia ao alcance. fato é que perdeu-se as horas e acumulou-se uma responsabilidade maior que o fato é. a possível presença do muro ali nunca havia sido algo amedrontador. ao contrário, seria outra perspectiva. talvez aconchegassem-se por ali. no entanto, quando deparou-se com o primeiro saco de cimento, passou-se a não saber mais se o muro deveria existir ali. não, não havia, não havia nada certo. fato é que o muro era algo novo. novo demais. novo demais para tudo o que havia se construído antes. por que não? simples. e velado. pela tentativa de tentar escalar juntos. fato é que viveu-se sem o muro. e eles chegaram. poderiam voltar. poderiam esquecer. podia-se esquecer? poderiam, inclusive, pular o muro, uma vez que não sabemos o tamanho de suas pernas. fato é que, cara a cara com o saco de silêncio, perguntou-se se o muro era, de fato, para eles. e se o muro for para nós? e se o muro tirar o nosso sono outra noite? e se? sem mais. deixou-se que o muro viesse e tentou-se juntar a nova perspectiva deste muro às outras novas. comprou-se um sapato de escalada, para os dias de frio e um freezer com cervejas, para deixar do lado de fora nos dias de calor.

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